O que são minicontratos de dólar?

O que são minicontratos de dólar?

O minicontrato de dólar é um dos derivativos mais negociados na bolsa de valores (B3) tanto para proteção quanto para especulação em relação ao preço futuro da moeda americana

Os investidores contam com diversas opções para proteger suas carteiras e também para realizar operações mais especulativas na bolsa de valores brasileira (B3), com destaque para os contratos derivativos e de opções.

O minicontrato de dólar é um dos mais utilizados pelos operadores de mercado para reduzir o risco da sua exposição às oscilações da moeda americana em relação ao real. Sua ampla liquidez também permite que os investidores realizem operações extremamente rápidas para obter lucro com as variações do câmbio ao longo de um pregão.

Neste artigo, vamos falar mais sobre as características do minicontrato futuro de dólar, como ele funciona e quais são os riscos desse derivativo que é o segundo mais negociado atualmente na B3.

 

O que é o minicontrato de dólar?

O Futuro Míni de Taxa de Câmbio de Reais por Dólar Comercial, também chamado de minicontrato de dólar ou simplesmente minidólar, é um tipo de contrato financeiro que segue as variações de preço da moeda americana em relação ao real no mercado futuro e, por isso, é classificado como um derivativo.

Um contrato derivativo é um instrumento financeiro cujo preço é obtido (derivado) da cotação de um ativo principal, que pode ser uma ação, um índice de ações, uma commodity, uma moeda, um criptoativo, entre outros. Esse instrumento pode ter uma liquidação física, isto é, o vendedor se compromete a entregar o ativo em questão ao comprador em determinada data futura, quanto uma liquidação financeira, que não envolve a entrega do ativo físico, mas apenas uma compensação financeira, como é o caso do minidólar.

O mercado futuro do dólar comercial é o segundo mais negociado da bolsa de valores brasileira (B3), perdendo apenas para o contrato futuro de DI, referente às taxas de juros de empréstimos de um dia (overnight) realizados entre os bancos.

De maneira geral, o minicontrato de dólar pode ser utilizado como proteção por investidores que tenham alguma exposição às variações da moeda americana em relação ao real, como dívidas e recebíveis, mas também pode ser usado para especular sobre a taxa de câmbio no futuro. Empresas multinacionais e bancos, por exemplo, são muito ativos nesse mercado.

O contrato futuro míni de dólar recebe essa denominação porque permite que os investidores montem suas posições em câmbio por um custo menor do que o contrato-padrão, que é cinco vezes maior do que um minicontrato e só pode ser negociado com um lote mínimo de cinco contratos.

Como funciona?

Um minicontrato de dólar equivale a US$ 10.000 e seu lote mínimo é de apenas um contrato. Geralmente são disponibilizadas diversas datas de liquidação financeira desse instrumento, porém o contrato com vencimento mais próximo é o mais negociado. Cada variação mínima da sua cotação equivale a R$ 0,50 por US$ 1.000, ou seja, é um mercado extremamente alavancado, em que é possível utilizar uma margem financeira reduzida em reais para negociar um volume enorme de dólares.

Para operar no mercado futuro do dólar é necessário abrir uma conta em uma corretora, que disponibilizará uma plataforma de negociação com as cotações, o livro de ofertas e outros dados de mercado. Todas as corretoras exigem que os investidores depositem uma margem de garantia para operar minicontratos de dólar, a qual pode variar bastante, mas, em geral, é de R$ 100 para cada minicontrato.

Vantagens

Entre os benefícios oferecidos por esse produto aos investidores, podemos destacar:

  • possibilidade de se proteger contra oscilações da moeda americana, atuando como uma espécie de “seguro” contra perdas cambiais;
  • alta alavancagem, ou seja, com um pequeno depósito de garantia é possível movimentar um grande volume financeiro;
  • ampla liquidez, permitindo a abertura e o fechamento de posições rapidamente, sem spreads (lacunas na cotação);
  • custo menor de negociação em relação ao contrato-padrão;
  • facilidade e transparência nas transações, já que os investidores têm acesso a todos os dados do mercado a partir de uma plataforma fornecida por uma corretora.

Por fim, é preciso lembrar que a operação de minicontratos de dólar requer conhecimentos técnicos e uma boa gestão financeira, já que, como dissemos, é um mercado alavancado e, por isso mesmo, pode gerar perdas consideráveis de capital para os investidores menos experientes.